Abr 15 2004
Célia -14-
“Será que posso, pelo menos, tentar ser feliz?” – aquela era mais uma exclamação do que uma pergunta. “Sinto-me aprisionada”, lamentou-se.
Medi, com muito cuidado, as palavras que queria dizer. Este momento de fragilidade podia tornar-se numa verdadeira tempestade. Sem intenções, digo-lhe que as oportunidades não se dão, criam-se, inventam-se. É preciso ter vontade. “Mas eu fiz a minha escolha no momento certo; mas este já não é o meu momento”. Percebi-lhe uma determinação em fechar, definitivamente, aquela porta.
Foi com a certeza de uma imprudência que, sem pudor, lhe digo para assumir a ruptura. Rasgar aquele que não era o seu momento.
Imperturbável fisga-me: “E tu já estás preparado para o teu momento?”
Eu sabia que a tempestade se aproximava. Era uma questão de momento….