Nov 19 2003

Noémia Cruz é a autora

Publicado por as 13:05 em Geral

Noémia Cruz é a autora da peça escultórica que se encontra no Largo de S. João em Beja (uma das intervenções POLI’s). Sobre a referida obra, explica NC ao Diário do Alentejo: “Têm-me chegado comentários positivos e negativos os quais eu respeito. Só gostava era que, ao invês de se comentar, se criticasse verdadeiramente a escultura, sem lamentos por roubar lugares de estacionamento.” Diz-nos ainda a escultora que a obra é “inspirada nos monumentos megalíticos e feita mesmo para o Alentejo (…).”

Não sei se a obra é criticada por ocupar lugares de estacionamento. Se alguém o faz nessa perspectiva, terá as suas razões, que não as minhas.
A minha questão, que ainda não vi esclarecida – e desconheço se um escultor tem respostas para questões leigas – é saber o porquê daquela peça naquele local. Aprecio uma escultura que me toque nalgum ponto das minhas sensibilidades. Algo que me agrade ao olhar, que goste de ver no sítio onde está ou como obra isolada.
Beja viu, nos últimos anos, nascer muitas obras escultóricas, a maior parte delas para “embelezar” rotundas. Gosto de algumas – “O Pião” e “O Monumento ao Preso Político”, porque, para além da sua beleza estética, valorizam o meio que as envolve. Outras não gosto – “A Saboneteira”, junto ao Hotel Melius, porque não lhe acho graça nenhuma e parece-me desenquadrada do local. Outras ainda – aquelas peças dispersas junto ao Castelo de Beja, acho-as uma perfeita aberração.
Neste caso, a “escultura sem nome”, não me desagrada enquanto objecto escultórico, mas não gosto de a ver onde está nem me parece que o Largo de S. João tenha enriquecido com ela. Certamente que a autora deve ter visitado o local inúmeras vezes. Deve ter efectuado pesquisas sobre a História daquele Largo. Dos dados recolhidos surgiu-lhe obviamente a peça que agora tornou pública.
São precisamente esses dados, de que a autora obviamente dispõe, que me faltam para poder observar as “hastes” sem que elas não me ofendam o olhar. Para que elas deixem de ser umas simples “hastes vermelhas” postadas no meio de um Largo, eu precisava de entender o que ali está. E quando digo eu, digo milhares de cidadãos que por ali passam e gostariam de sentir a escultura como sua, como fazendo parte da sua cidade e do local onde vivem ou por onde passeiam. O que, a bem da verdade, não me parece ser o caso.

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