Ago 13 2003

ESPLANADAS

Publicado por as 14:49 em A minha cidade

Fui dar uma volta, curta, por algumas esplanadas da cidade.
Cheguei a uma conclusão: poucas são as que se apresentam como tal. Há por aí quem pense que, pelo facto de colocar umas cadeiras e umas mesas à porta do seu café ou pastelaria, tem logo ali uma esplanada.
A maior parte dos espaços que visitei são efêmeros. Isto é, vivem para 2 ou 3 mesitos do ano. Estão ali para as noites (algumas) acaloradas do Verão alentejano e nada mais. Depois, lá para Setembro, arrumam-se as cadeiras e fica-se à espera que regresse a canícula. Isto é: os proprietários destes estabelecimentos comportam-se como os seus congéneres algarvios.
Ora, uma esplanada é um espaço que não se pode confinar ao sabor do clima.
Basta andar pela Europa para vermos esplanadas repletas de gente durante todo o ano. Por essa Europa existe mesmo o culto das esplanadas.
É evidente que não se pode exigir muito a quem já tem dificuldade em vender um pastel de nata e uma bica.
Por isso, as “esplanadas” deveriam ter outros aliciantes e atractivos, oferecerem outros produtos que não os que habitualmente servem no interior das suas casas.
Depois, e isto mete-me muita confusão, à meia-noite as “esplanadas” morrem!
Como é que é possível que, quando para muitos começa a noite, se inicie a arrumar e a aprisionar cadeiras e mesas, impedindo os noctívagos de disfrutarem de uns bons refrescos ao ar livre?
Mais ainda: a música que alguns fundamentalistas persistem em oferecer aos seus clientes, é de fugir. foi assim ali no Largo em frente ao Museu. Será que não haverá mais nenhum CD para além daquele que compraram na Feira de Alvito de há anos atrás?
São questões que aqui deixo.
A cidade precisa de se modernizar.
Mas primeiro temos que modernizar algumas mentalidades.

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